segunda-feira, 11 de julho de 2016

SITUAÇÃO CONSTRANGEDORA DE JORNALISTA

Aos 89 anos de idade, a maior tristeza de Everaldo Valadares não é ser cego, mas o esquecimento dos amigos.  

Sergipano de nascimento, mas, ilheense de coração. Everaldo Almeida Valadares nasceu no dia 26 de abril de 1927 na cidade de Boquim, interior, região sul do estado de Sergipe. Com oito anos seguiu com seus pais para o Rio de Janeiro, ainda jovem começa a militar na imprensa carioca, dando os primeiros passos nos jornalismo impresso e na radiodifusão da segunda capital do país. Lá participou de vários movimentos e reportagens, a exemplo do golpe militar de 64, o AI-5, sucessões dos Governos Militares, da Junta Militar, processo ditatorial do Governo Médici, passando pelo Governo Geisel, até o Governo Figueiredo e, parte de todo o processo de Redemocratização, inclusive da Lei da Anistia.

Esteve no Maracanã fazendo reportagens para o Jornal O Carioca na cobertura da Final da Copa do Mundo de Futebol de 1950 e cobriu várias manifestações no eixo-Rio-São Paulo pelas Diretas Já.

No início dos anos setenta, mudou-se para Salvador. Foi diretor de programação da Rádio Excelsior. Em 1976, já casado e com três filhos, vem para Ilhéus, cidade mais tranquila, com o propósito de tocar sua vida profissional e dá seguimento aos seus projetos.

Em Ilhéus dirigiu a antiga Rádio Jornal, Rádio Cultura e por fim, a Rádio Santa Cruz, na época de propriedade do ex-prefeito de Itabuna, Fernando Gomes. Fez programas de rádios em todas as emissoras de Ilhéus, sempre dando um tom polemico, mas, exercendo sempre com competência e altivez. Ilhéus tornou a sua cidade de coração, que o acolheu de coração aberto. Em 2006 recebeu o título de cidadão ilheense, numa demonstração de afinidade com a cidade. A proposição partiu do saudoso vereador, José Fernandes.

Ainda na radiodifusão ilheense, apresentou o Programa Resenha da Cidade, na Rádio Jornal, que era a coqueluche no município e cidades vizinhas naquela época.

Em Ilhéus fundou o Jornal Sul Bahia; Jornal em Resumo e o Jornal o Repórter. Hoje, todos inativos. Na literatura é autor de três obras: Ilhéus, Hoje - Sem Gabriela, Sem Cravo e Sem Canela (2006); Eles FAZEM Ilhéus MAIOR (2006) e Crônicas Chulas, editado em 2008. Todas as obras de Valadares hoje se encontram arquivadas na Universidade Estadual de Santa Cruz e no Arquivo Municipal da Cidade. No campo fonográfico, gravou um Cd intitulado Ilhéus e seus ritmos, que retrata o cotidiano do povo ilheense, através de crônicas narrativas.

Valadares ocupou o cargo de Secretário de Imprensa da Prefeitura de Ilhéus, no governo de Antônio Olímpio; Foi fundador e presidente do PDT, e posteriormente candidato a prefeito na cidade de Ilhéus. Hoje com a saúde debilitada e cego sobrevive apenas com um salário mínimo que recebe do INSS, sendo R$ 500 gasta mensalmente com medicamentos. Valadares vive com um filho, à Rua Argélia, nº 560, no bairro São Francisco, na cidade Ilhéus, isolado por circunstancias naturais, mas, atento a tudo que vem acontecendo na cidade. Seu melhor amigo e parceiro tem sido o seu radinho à pilha, marca CCE. Infelizmente o tempo não perdoa ninguém! A linha do tempo, às vezes, faz o velho Valadares esquecer pessoas e semblantes.
Valadares vive uma situação difícil, é preciso que os amigos faça uma visita e veja a realidade, inclusive física do imóvel onde reside. O Jornal do Radialista (www.jornaldoradialista.com.br) pretende fazer uma campanha de auxílio em prol de Valadares, e espera contar com o abraço de todos os seus amigos e ex-colegas de trabalho da imprensa local. Contato: (jornaldoradialista@gmail.com) – 9 8832-9502.
Valadares é cidadão identificado com os mais diversos segmentos da sociedade ilheense e tem sido personalidade de realce no dia a dia da imprensa do sul da Bahia. O tempo só não tem forças para apagar o seu legado!

Combativo e, muitas vezes até mesmo teimoso, sempre manteve e mantém suas posições e convicções. Sempre teve objetividade e o ‘faro’ da notícia. Um grapiuna adotivo que na sua militância profissional, em jornal ou rádio, no Rio de Janeiro ou em Ilhéus, nunca deixou de estar na vanguarda da discussão dos grandes problemas.
BATE PRONTO.  Jornal do Radialista perguntando e Valadares respondendo:

Elias Reis Reis
*Radialista mais completo da cidade de Ilhéus?
-Robertinho Scarpita, da Rádio Bahiana de Ilhéus. Ele sabe buscar a notícia, sabe informar e como informar.
*Jornalista de destaque em Ilhéus?
-Teve um. Edvaldo Ribeiro, do antigo Jornal da Manhã. Era super profissional.
*Melhor político de Ilhéus dos últimos 40 anos?
-Henrique Cardoso. Foi muito habilidoso. Foi vereador, foi prefeito, deputado Estadual e Deputado Federal. Só ele teve esse curriculum.
*Melhor diretor de Rádio em Ilhéus?
-Tony Neto. Era bom no que fazia. Era justo e deu oportunidade a muitas pessoas.
*Dos Blogs que temos em Ilhéus, qual o melhor?
-Não sei nada dessa coisa de internet, mas, o de Marom é o melhor deles, pra mim!  Ele escreve e sabe o que está escrevendo, tem objetividade na notícia e é bem informado. (www.jornalbahiaonline.com.br).

Elias Reis semanalmente, há anos, visita o amigo jornalista Everaldo Valadares.
*Quem é a maior audiência hoje no rádio ilheense? 
-Fica difícil saber. Todo mundo diz ter a maior audiência.
*Quem foi o melhor Presidente de Câmara, nos últimos trinta anos?
-Nizam Lima
* E qual o prefeito?
-Antônio Olímpio. Pelo menos ele fez a cidade crescer. Construindo obras como a Central de Abastecimento e criando bairros na zona sul.
Melhor diário impresso?
-Sem sombra de dúvidas foi o Jornal da Manhã. Tinha bons jornalistas. Antônio Domingos, Edvaldo Ribeiro e Diamantino Correia.
*Ilhéus por Ilhéus?
É a mesma cidade. Uma grande cidade. O ruim é a administração. Não existe um lugar melhor pra se viver.

Everaldo conta nos dedos as pessoas que aparece para visita-lo.

*Futuro?
-O da cidade?
*Não, o seu?
-Caixão e vela. Com meus 89 anos de idade e cego, o que mais quero?
*Talvez, escrever mais um livro?
-É difícil, apesar de já ter um na mente e até ter o título: “Ilhéus, bons e maus”. Minha idade e visão não permitem mais.
*Quem gostaria que um dia fosse o prefeito de Ilhéus?
-Rui Tatu. É o cara que mais conhece Ilhéus e seus problemas.
*Alguma frustação?
-Morrer sem ver um Brasil Socialista.
*Família?
-Minha família é ótima. Adoro todos. Dante, Nadja, Dalva Maria, Tânia e Elza. (Essa última já falecida).
Amigos?
-Muitos. Você, Elias Reis, é um desses. Posso citar outros: Joabs Ribeiro e o seu saudoso pai, Zé Ribeiro; O saudoso Ton Lavigne; Gileno do Ponto Chique; Zé Leite, Guido do Vesúvio; AO; Antônio Lino, Paulo Ganen e tantos outros. Agora conhecidos, são centenas de milhares.
*Inimigos?
Nenhum. Tenho adversários políticos.
*Por último, quando perguntado sobre religião, afirmou que as igrejas são todas supermercados da fé. E ainda ceticamente bradou: “Eu não creio em Deus”.
Sua resposta veio seguida de uma frase impactante do filósofo francês, Voltaire:
 “Deus não criou o homem. O homem foi quem criou Deus”!
  

RETRATO DO ABANDONO!
SEGUNDO O JORNAL DO RADIALISTA APUROU, quase ninguém o visita, PRINCIPALMENTE OS COMPANHEIROS DA IMPRENSA ILHEENSE, os militantes do PDT e muito menos os amigos políticos e homens públicos que tanto Everaldo ajudou.
10/07/2016.




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